A Psicologia Analítica, conhecida também como Psicologia Junguiana, surgiu no inicio do séc. XX com as idéias do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung e seus estudos sobre o inconsciente. Seu interesse pelo mundo dos sonhos e pelas profundezas da alma humana levou-o a descobertas surpreendentes que revelam um universo simbólico de uma riqueza inigualável. Em seus estudos, identificou padrões simbólicos que podem ser encontrados nas mais variadas culturas e períodos históricos, aprofundando-se em temas como a mitologia, a religião, a arte e as diferentes formas de expressão da psique. Jung percebeu que o símbolo é uma forma de linguagem, um meio no qual o inconsciente dialoga com o consciente, expressando-se através dos sonhos, imagens e outras manifestações que auxiliam o indivíduo em seu desenvolvimento psíquico.
Desta forma, Jung enfatiza a importância do processo de individuação como um caminho de auto-conhecimento, no qual o indivíduo busca tornar-se um ser único, uma unidade indivisível, cuja essência se dá em si mesmo. Para que isso aconteça, o indivíduo deverá tomar consciência de seus complexos e de outros aspectos que o impedem de desenvolver-se plenamente, acreditando nas possibilidades transformadoras. A Psicologia Junguiana define a psicoterapia como o “tratamento da alma”, no qual a interação dinâmica e criativa entre o analista e o analisando propiciam o caminho para a cura da dor psíquica.
A simplicidade com que Jung admirava a natureza universal e a necessidade que ele tinha de comprovar cientificamente seus estudos sobre a alma humana, fez com que suas idéias continuassem influenciando a atualidade nas mais variadas áreas de interesse humano, atingindo desde o mais humilde homem do campo até os engenheiros que lidam com altas tecnologias. Atualmente, muitos de seus estudos estão sendo re-analisados por analistas pós-junguianos, que tentam aprimorar suas idéias diante das mudanças do mundo pós-moderno. Mas, apesar da necessidade de rever alguns conceitos, Jung ainda nos faz perceber que a sabedoria humana é conquistada através das vivências, da alteridade e da percepção de que o mundo e as pessoas que nos cercam fazem parte de um universo único, ampliando assim nossa consciência e as possibilidades de transformação.
Referência Teórica:
JUNG, Carl Gustav. A prática da Psicoterapia. Ed. Vozes: Petrópolis, 2004.
SAMUELS, Andrew. Jung e os pós-junguianos. Ed. Imago: Rio de Janeiro, 1989.